terça-feira, 22 de março de 2011

Gia Carangi ( filme sobre uma das modelos mais loucas do mundo da moda)



BiografiaA infância de Gia Carangi não foi nada fácil, como filha de pais que brigavam constantemente; passou em sua pré-adolescência a morar com seu pai e seus dois irmãos. Com o tempo, montaram uma lanchonete onde Gia exercia a função de caixa e, aos 17 anos, cansada de uma vida monótona resolve mudar-se para New York, para seguir carreira como modelo. Seu belo rosto e sua personalidade efervescente a consagrariam como uma das mulheres mais lindas do mundo na década de 1970 e inicio da década de 1980.

Quebrando vários tabus, Carangi foi a primeira modelo a desfilar com roupas de homem e aparecer no estúdio de cara lavada, vestindo um velho jeans rasgado no joelho e assumir que era lésbica, apesar que também se relacionava com homens, preferia se declarar lésbica pois sentia mais atração por mulheres. Por essas e outras transformou-se num mito. Seu trabalho começou a se expandir depois que Gia entrou para Wilhelmina models, uma agência em New York que não era muito conhecida na época. Com Wilhelmina Cooper, Carangi trabalhou muito duro. No início as pessoas se recusavam a aceitá-la para fotos, não viam nada em especial, as loiras eram as preferidas. Em 1 de abril de 1979 sua carreira decolou de vez, quando pela primeira vez foi capa da revista Vogue Paris onde foi fotografada por Chris von Wangenheim e conheceu Sandy Linter, que trabalhava como assistente.

A partir deste marco passou a ser a favorita de inúmeros fotógrafos como Francesco Scavullo, Arthur Elgort, Richard Avedon e Chris von Wangenheim, seguindo assim, Vogue (EUA) em Agosto de 1980, Vogue de Paris em Agosto de 1980, Vogue italiana em Janeiro de 1981.

Gia inicia romances com várias outras mulheres, sendo a modelo preferida de Diane von Fürstenberg, com quem possivelmente teve um caso, e desfilou com Gianni Versace, designer e amigo com quem dividia suas intimidades e segredos. "Nenhuma mulher é verdadeiramente mulher se não for loira". Nesta frase ela se referia a sua namorada, Sandy Linter, com quem teve "o caso de amor" mais famoso e polêmico dos bastidores do mundo da moda, que envolvia muitas brigas, discussões, noites tórridas de amor e escândalos mundiais. Sua personalidade era descrita como linda e selvagem, seu estilo de vida e caráter abalavam a todos conservadores na época, que queriam uma modelo fútil e mimada, como algumas da época.

Gia Tinha tudo: cachês altíssimos, viagens internaconais e o amor de mulheres admiradas e famosas, mas se sentia depressiva, sozinha, carente, achava que ninguém a amava de verdade e sempre estava sozinha, pois nunca conseguia manter uma relacionamento estável, nem com namoradas e namorados, muito menos com a família, que ela não falava mais, só com sua mãe, que ela morava junto e que tentava mudar Gia, mas ela era rebelde e não queria mudança. Infelizmente no auge de sua carreira após vários escândalos, ela se torna viciada em heroína e cocaína, para tentar esquecer suas frustações e tristezas.

Gia passou constantemente a tentar largar o mundo da moda, não queria mais uma vida de aparências. Fazer sessões de fotos sob efeito de drogas tornou-se usual para Gia, e os fotógrafos aproveitavam de sua inexpressão facial sem saber o que ocorria com a modelo.

Seu vício tornou-se conhecido por todos quando ela se tornou incontrolável e agressiva. Gia entrou para a lista negra do mundo da moda, que acabou matando-a de verdade. Em março de 1980 sua agente Wilhelmina Cooper, morre de câncer no pulmão, o fato causa uma depressão, consequentemente uma recaída no vício de Gia e logo ela passa a injetar mais heroína, após assinar um contrato com a Elite Models. Dessa vez, ela passa a compartilhar agulhas com diversos viciados.

O vício em heroína custou sua carreira, dinheiro e vida. Numa de suas sessões de fotos, sua carreira desmoronou ao serem notadas as marcas de picadas de agulha no seu corpo. Em 1980 as fotos da edição da revista Vogue chocaram a todos, pois Gia aparecia em suas fotos com marcas de seringas. Ela começou a ter crises de violência devido ao uso constante de drogas, chegando a agredir pessoas nos bastidores de suas sessões, deixar as sessões e a dormir em frente as câmeras.

Em 1981 Carangi internou-se para um programa de 21 dias, para acabar com o vício. Na época Gia morava com sua mãe e logo internou-se em uma clínica para um tratamento meticuloso, pois o vício se tornara forte demais. Gia conseguiu ficar limpa, e aparentemente curada, mas infelizmente quando seu grande amigo e fotógrafo Chris von Wangenheim morreu em um acidente de carro, Gia trancou-se no banheiro por horas, cheirando cocaína e injetando heroína, chorando muito. A droga era uma aliada para lhe tirar da sua eterna depressão.

No final de 1981 Gia contata Monique Pillard (responsável pela carreira de Janice Dickinson) e assina sua volta ao mundo da moda. Carangi procurou Francesco Scavullo, ele a colocou na capa da Cosmopolitan em 1982 - um presente - na sessão de fotos ele chegou a colocar os braços de Gia para trás do corpo, pedindo que esta se sentasse em cima de suas próprias mãos. O fato é desmentido por Scavullo, que diz que a pose a que Gia se submete é devido ao fato de que ela estaria um pouco acima do peso. Foi a última capa de revista na qual Gia apareceu. Após alguns eventos e viagens para Alemanha, Gia foi pega com drogas na África e volta para os EUA algemada, acusada de tráfico, mas é absolvida do processo e não é presa. Sua carreira havia acabado definitivamente.

Carangi inicia no hospital em Eagleville mais um tratamento contra o vício. Após seis meses volta a sua cidade natal, Filadélfia e começa a ter aulas de fotografia e cinematografia. Três meses após total recuperação, sua tristeza recomeça e ela volta com seu vício incontrolável, aumentando cada vez mais as doses, e como não trabalhava mais e precisava de dinheiro para ter mais e mais drogas, ela decide se prostituir com homens e mulheres, sendo estuprada em várias ocasiões. Nesse período ela sofreu demais, seu vício se tornara algo descontrolado, seu dinheiro ia todo para as drogas, viva pensando nelas, até que ela tem uma severa crise de overdose e fica entre a vida e a morte, internada num hospital, para desespero da mãe, que não via mais salvação e nem como ajudar a pobre Gia.

Nessa época, ela sobrevive dessa overdose e começa a ter uma forte crise de pneumonia e muita febre. Ela é mais uma vez internada, dessa vez em um hospital em Norristown, Pennyslvania. A AIDS foi identificada em seu sistema vital, e Gia vive então seu pior momento: De dor, desespero, descontrole total, sua vida virou um filme de terror e agora ela podia morrer a qualquer hora e isso a fez sofer muito mais e querer drogas novamente. Só sabia chorar e pedir drogas.



Morte

No final de sua vida, Gia passou muito tempo internada em tratamento, se curando do vício e controlando a aids. Ela queria que sua história fosse contada para que outras pessoas tivessem a oportunidade de aprender com sua tragédia. Ela viu que teve tudo que uma mulher queria ter, mas jogou tudo fora pela bobagem de se sentir menos amada e rejeitada. Isso a fazia se arrepender amargamente da vida louca que teve. Ajudando as pessoas dessa forma, em contar sua tragédia pessoal, sua vida não seria em vão.

Quando começou a se tratar da AIDS, não tinha mais nenhum dinheiro para custear o tratamento, pois gastou tudo em drogas. A ex-modelo mais rica e famosa teve que se declarar indigente e miserável para conseguir ajuda médica. A AIDS a fazia sofer, dores constantes e a agressão dos remédios eram torturantes. A doença a mutilou, a ponto de que os músculos se desprenderam do seu corpo, um dia, o mais belo e cobiçado corpo, por homens e mulheres do mundo. Ela emagreceu muito, perdeu os cabelos, doenças começaram a aparecer repentinamente e se espalharam pelo seu corpo e as dores fortes a faziam agonizar e chorar, internada num leito de hospital há anos.

Em 18 de novembro 1986, no auge da juventude, com apenas 26 anos, a tão sofredora Gia entrou para uma parte triste da história como a primeira mulher famosa a morrer por severas complicações de saúde decorrentes da AIDS.

Seu enterro ocorreu as 10 horas da manhã, no dia 21 de novembro de 1986. Muitos amigos não compareceram ao enterro, pois sua mãe proibiu que qualquer um a visitasse no hospital durante sua fase terminal, pois ela e nem Gia queriam que ninguém a visse sofrendo de dor e desespero.

Scavullo descreveu o fato da morte semanas depois, como uma das maiores perdas do mundo da moda.

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