terça-feira, 20 de julho de 2010

COISAS QUE O TEMPO NAO APAGA ... Rolex


A História da Rolex mostra por que a marca é conhecida por oferecer produtos de alta qualidade, não sujeitos a modismos, reservados para poucas pessoas que atingem o sucesso.


No início do século 20, o costume ainda era usar relógios de bolso, pois faltava aos relojoeiros habilidade manual para trabalhar com mecanismos em espaços reduzidos, para formar relógios de pulso; pois Wilsdorf demonstrou ser um dos mais habilidosos relojoeiros do mundo, e foi dos primeiros a apresentar relógios de pulso de alta qualidade. Em 1910, relógios de pulso de Wilsdorf foram os primeiros no mundo a receberem da Escola de Relojoaria da Suíça a categoria de cronômetros, um atestado de que eles marcavam o tempo com precisão.

Mas Wilsdorf queria, além de precisão, confiabilidade. Os relógios da época eram movidos a corda (o usuário tinha que girar uma mola para dar energia ao mecanismo), e a abertura do parafuso era entrada para poeira e umidade que afetavam as partes internas do relógio. Wilsdorf criou um sistema no qual, após o usuário dar corda, o parafuso era empurrado para um encaixe que vedava completamente a entrada; estava criado o primeiro relógio à prova d’água do mundo. O encaixe perfeito entre as partes lembrava uma ostra, que se veda completamente para impedira a entrada da água; a série, portanto, foi batizada de Rolex Oyster.

Entretanto, restava um problema: a permanente necessidade de se dar corda no relógio resultava em danos, pois dependia de cuidados do usuário. Wilsdorf criou um revolucionário sistema em que a própria movimentação natural do relógio no pulso do usuário era suficiente para prover energia aos mecanismos, evitando assim a necessidade de se dar corda. O relógio, portanto, poderia funcionar para sempre; estava nascendo a série Rolex Oyster Perpetual.

A Rolex tirou proveito publicitário de sua superior qualidade. No primeiro grande lance publicitário da empresa, a imprensa registrou que uma nadadora britânica falhou ao tentar atravessar o Canal da Mancha a nado, mas o Rolex que levava não deixou de funcionar. Por várias décadas, era comum ver relógios Rolex dentro de aquários, para comprovar que era à prova d’água (técnica que poucas marcas ousaram adotar).

A Rolex esteve no mergulho submarino mais profundo, na escalada da montanha mais alta, no primeiro vôo super sônico, nos astronautas das naves espaciais - e sempre funcionando perfeitamente. Wilsdorf mostrou patriotismo (e os Rolex mostraram qualidade) ao fornecer gratuitamente relógios para os oficiais britânicos que serviram na Segunda Guerra; os oficiais americanos encarregaram-se de divulgar a qualidade dos Rolex nos Estados Unidos.

Até hoje, antes de sair de Genebra, cada um dos Rolex é submetido a uma intensa bateria de testes. Cada Rolex passa pelas mãos de mais de duzentos relojoeiros especializados antes de receber a certificação final. Cada detalhe da moldura, do mostrador, do bracelete, é checado e re-checado com lupa em busca das mínimas imperfeições. A microscópica distância entre os ponteiros será exaustivamente calibrada para garantir que eles estejam perfeitamente paralelos entre si. Uma câmara de pressão garantirá que os relógios são à prova d’água até, no mínimo, 100 metros (modelos para mergulhadores podem chegar a mais de mil metros). E todos os relógios passam por um teste de precisão, comparados contra um relógio atômico que perde não mais que dois segundos durante um século.

Para garantir a qualidade, apenas 650.000 Rolex são produzidos por ano. Todos os relógios são avidamente disputados por uma clientela que reconhece que a qualidade superior, demonstrada ao longo do tempo (semelhante ao que ocorre com outras grandes marcas de luxo como Louis Vuitton e Ferrari), justifica o preço cobrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário